Hoje se deu conta que lhe restam somente três meses para viver. Não, ela não tem nenhuma doença terminal. Bom, pelo menos é o que ela acredita. Digo assim, porque a vida precisa de um espaço de tempo e espaço físico para acontecer. E a ela lhe restam somente três meses para viver neste espaço físico que ela concebe como sua terra.
Ao se dar conta, pensou que o melhor a fazer era ficar parada no tempo, literalmente parada, assim, sem se mover. Acreditava ela, que desta maneira poderia evitar sofrer algum arranhão. Puro engano o seu. Os arranhões estão lá todos expostos. Sua alma já está em carne viva. Cada dia, é um dia a menos.
E o que fazer dos amores(seu filho, seus amigos, sua família)? E dos sonhos que estavam guardados e que ela agora, limpa e coloca um por um secando ao sol das paixões? E seus desejos? O abraço que ela ainda não deu, o olhar que ela ainda não sentiu? Onde vai caber tanta vida em três meses?
Ela ainda não sabe. Sabe apenas que terá que correr o risco do choro ou do riso. Sabe que, por exatamente lhe restarem somente três meses, terá que vivê-los como uma condenada a morte, cada dia como se fosse o último. E como diria o poeta Renato Russo “amar as pessoas como se não houvesse amanhã”.
Amar. Isso! O único que lhe resta é AMAR...
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