Hoje queria criar asas, voltar para as nuvens, seu mundo. Ficar lá quieta, não ser vista, se permitir somente observar como os homens e mulheres aqui na terra se amam, se doem, se entregam, se desistem, se desejam profundamente insanamente.
Mas não sentia suas asas, sentia uma força, um peso que lhe prendia à terra, apesar de sua alma relutar e querer voar. Sem asas caminhou por entre as pessoas, tomou caminhos vários. Amou, doeu, se entregou, desistiu e desejou profundamente e insanamente como qualquer um. E descobrindo-se mais uma, descobriu-se outra. Não mais uma menina. Sim, uma mulher. Agora, mesmo sem asas, consegue voar...